Foda-se o Centro da Cidade do Rio de Janeiro e o seu caos de formigueiro quente, cinza, feio, fétido. Fodam-se a Avenida Rio Branco e a Presidente Vargas. Fodam-se a Cinelândia, o Amarelinho e o glamour do Theatro Municipal. Foda-se a Confeitaria Colombo e toda sua tradição em quitutes. Fodam-se os tribunais, fóruns e escritórios; adevogados, homens-de-negócio e despachantes. Fodam-se o terno e a gravata. Foda-se a Igreja da Candelária. E foda-se também a Academia Brasileira de Letras, que não reconhece a expressão “foda-se” como a melhor e mais transcendental da língua portuguesa.
Se o Robert De Niro ainda fosse o Taxi Driver e vivesse no Rio de Janeiro, diria isso tudo que está escrito aí em cima sobre o Centro. E mais um pouco. Diria que o Centro é a escória da Terra.
O Centro do Rio, praticamente, é um cemitério. Os prédios são a lápide da sepultura de muita gente. Uns morrem aos pouquinhos na Rua da Assembléia número dez, outros padecem macambúzios no Edifício Avenida Central. Os patrões são os coveiros e o computador é a cruz que acompanha os escaveirados das nove da manhã às cinco da tarde. Flores, só para os futuros presuntos que trabalhem num escritório cheio de estagiárias gostosas.
Toda vez que caminho pelas ruas do Centro, sinto meus ossos apodrecerem, meus cabelos embranquecerem. Trabalhei ali algumas vezes e... nunca mais. Outro dia fui obrigado a voltar ao Centro após alguns bons meses de ausência. Sim, para resolver problemas de ordem estritamente burocrática, como de praxe. Hoje, só piso lá quando sou obrigado. Ou quando é para comprar contrabando no camelódromo da Uruguaiana. Atenção. Observação: Já escrevi a palavra "centro" em demasia neste texto. Por isso, no próximo parágrafo, centro será azeitona.
Toda cidade tem suas esquisitices. Em Londres, uma das atrações turísticas de maior sucesso é a trilha dos assassinatos cometidos por Jack, o Estripador. Com direito a um guia tradutor e tudo, pelas ruas de Whitechapel. Em Marraqueche, na praça Jemaa el-Fna (a maior praça do continente africano), os caras brincam de provocar a Naja, a serpente mais peçonhenta do mundo, tocando clarinete e metendo um pandeiro na cara do animal. Em Los Angeles, existe um vale chamado São Fernando, que fica a meia hora da azeitona, e é conhecido pela simpática alcunha de “Cidade do Pecado”. É a Hollywood do cinema pornô. A capital mundial da sacanagem!
Alguém dirá que a maior esquisitice da Cidade Maravilhosa (cheia de cantos mil) é o Estádio de São Januário, na Barreira do Vasco. Mas não. No quesito esquisitice, o campo dos paneleiros bigodudos é... vice-campeão. O título de maior bizarrice carioca vai para o Centro da Cidade.
Aliás, todo centro de cidade grande é desagradável, mas o que potencializa a escrotidão do Centro do Rio é a beleza natural que está a seu redor. Sinceramente, não entendo como é que alguém consegue encher a boca pra dizer: "Eu adoro o Centro. Adoro tomar um chope no Centro depois do trabalho". Pra mim, quem diz isso é hiena: come merda e ri.
Se o Robert De Niro ainda fosse o Taxi Driver e vivesse no Rio de Janeiro, diria isso tudo que está escrito aí em cima sobre o Centro. E mais um pouco. Diria que o Centro é a escória da Terra.
O Centro do Rio, praticamente, é um cemitério. Os prédios são a lápide da sepultura de muita gente. Uns morrem aos pouquinhos na Rua da Assembléia número dez, outros padecem macambúzios no Edifício Avenida Central. Os patrões são os coveiros e o computador é a cruz que acompanha os escaveirados das nove da manhã às cinco da tarde. Flores, só para os futuros presuntos que trabalhem num escritório cheio de estagiárias gostosas.
Toda vez que caminho pelas ruas do Centro, sinto meus ossos apodrecerem, meus cabelos embranquecerem. Trabalhei ali algumas vezes e... nunca mais. Outro dia fui obrigado a voltar ao Centro após alguns bons meses de ausência. Sim, para resolver problemas de ordem estritamente burocrática, como de praxe. Hoje, só piso lá quando sou obrigado. Ou quando é para comprar contrabando no camelódromo da Uruguaiana. Atenção. Observação: Já escrevi a palavra "centro" em demasia neste texto. Por isso, no próximo parágrafo, centro será azeitona.
Toda cidade tem suas esquisitices. Em Londres, uma das atrações turísticas de maior sucesso é a trilha dos assassinatos cometidos por Jack, o Estripador. Com direito a um guia tradutor e tudo, pelas ruas de Whitechapel. Em Marraqueche, na praça Jemaa el-Fna (a maior praça do continente africano), os caras brincam de provocar a Naja, a serpente mais peçonhenta do mundo, tocando clarinete e metendo um pandeiro na cara do animal. Em Los Angeles, existe um vale chamado São Fernando, que fica a meia hora da azeitona, e é conhecido pela simpática alcunha de “Cidade do Pecado”. É a Hollywood do cinema pornô. A capital mundial da sacanagem!
Alguém dirá que a maior esquisitice da Cidade Maravilhosa (cheia de cantos mil) é o Estádio de São Januário, na Barreira do Vasco. Mas não. No quesito esquisitice, o campo dos paneleiros bigodudos é... vice-campeão. O título de maior bizarrice carioca vai para o Centro da Cidade.
Aliás, todo centro de cidade grande é desagradável, mas o que potencializa a escrotidão do Centro do Rio é a beleza natural que está a seu redor. Sinceramente, não entendo como é que alguém consegue encher a boca pra dizer: "Eu adoro o Centro. Adoro tomar um chope no Centro depois do trabalho". Pra mim, quem diz isso é hiena: come merda e ri.
Zé McGill
4 comentários:
Zezinhooo!
Só não concordo com a zoação ao meu idolatrado São Janu !!! u-hu é São Janu !! vc já viu de perto? experimenta! rsrsrs
bjs, saudade docê!
Esquisito é o framengo que nem estádio tem....
Bocca, temos o Maracanã. Conhece?
abs
Melhor coisa que já li nos últimos tempos!
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