segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

QUEIMANDO DINHEIRO


Não confio em ninguém que não tenha coragem de queimar uma nota de cinqüenta reais. O sujeito que se acovarda diante de um pedaço de papel não merece respeito.

Nossos medos se reciclam de acordo com o desenvolvimento da raça humana. Mas já há bastante tempo, o dinheiro - ou a falta dele - tornou-se o medo supremo do homem. Antigamente, Deus era o grande medo do mundo. As igrejas conquistavam uma quantidade indecente de fiéis através da filosofia do medo. Hereges e ateus eram queimados vivos. Cientistas eram considerados loucos e isolados pela sociedade. Era perigoso o simples fato de não praticar a fé. Isto, até que a própria igreja fosse assaltada pelo dinheiro. Daí em diante, o dinheiro tornou-se a maior religião do planeta, deixando o catolicismo, o islamismo e o judaísmo no chinelo.

Eu fazia muita merda nos meus tempos de ginásio. E uma dessas merdas causou minha suspensão do colégio (e de dois amigos) por uma semana. Além disso, a diretora aconselhou nossos responsáveis a nos levarem a uma psicóloga. Chegando lá, a primeira pergunta que ela me fez foi: “Se você pudesse acabar com uma única coisa no mundo, o que seria?”. Na hora pensei: “Que porra de pergunta é essa?”, mas respondi que, se pudesse, acabaria com o dinheiro. Ainda lembro da expressão de espanto no rosto da velha. Não sei se hoje minha resposta seria a mesma, mas até que a idéia de um mundo sem dinheiro não é totalmente má...

Não tenho paciência nem pretensão de criticar o sistema capitalista ou de evocar a tese de que o dinheiro não compra a felicidade. Mas acho fascinante o pavor que causa às pessoas a idéia da pobreza. Num mundo onde imperam a busca da ascensão social e do culto à prosperidade, vive-se uma eterna correria na fuga de um dedo indicador imaginário que está sempre apontado para o cu do cidadão, pronto para ser enterrado. É bom correr muito para pagar as contas e as dívidas, senão o dedo entra.

Cada vez menos as pessoas param pra pensar na vida ou para se renovar espiritualmente. Os pequenos prazeres são cada vez menores e menos apreciados. Os executivos usam cada vez mais a caneta e cada vez menos o pau. E quando atingem uma situação financeira confortável, décadas de labuta mais tarde, normalmente já perderam a capacidade de aproveitar a vista para o mar de sua cobertura duplex. O prazer proporcionado pelo luxo não dura mais de uma semana. Depois disso, a cascata artificial enfiada no meio da sala-de-estar e habitada por filhotes de crocodilos australianos, perde a graça. Tudo fica obsoleto, tudo fica muito comum.

Enriquecer virou sinônimo de vitória, e todo mundo quer ser campeão. Neste campeonato, o número de pontos é mensurado pelo tamanho do salário, e sendo assim, os presidentes das grandes corporações ocupam o topo da tabela de classificação e celebram suas conquistas ao som de “We are the Champions”, do Queen. No oposto inferior da tabela, segurando a lanterninha e desprezados universalmente, ficam os mendigos. No entanto, se fosse possível ganhar mil reais por semana mendigando, a mendicância se tornaria automaticamente uma profissão respeitável e os mendigos estariam disputando títulos.

Segundo o escritor inglês George Orwell (no livro Na pior, em Paris e Londres), “Se observados sob um ponto de vista realista, os mendigos também são homens de negócios que tentam ganhar a vida, do jeito que der. Não venderam a honra, não mais do que a maioria dos homens modernos. Simplesmente cometeram o erro de escolher um negócio no qual é impossível enriquecer”.

E enriquecer é de fato vital nos dias de hoje, sobretudo para o indivíduo do sexo masculino. Se você é proprietário de uma bicicleta enferrujada e não consegue comer ninguém, adquira um carrão importado. Você provavelmente não encontrará pelas ruas a mulher da sua vida, mas trepará feito um jovem e viril chimpanzé.

Certa vez, na saída de uma antiga casa de shows do Humaitá (RJ), parei numa carrocinha de cachorro-quente para matar a fome da madrugada. Já havia dado a primeira mordida no sanduíche quando, do meio do nada, surge um mendigo com uma nota de cinqüenta reais na mão. Sem dizer uma palavra, estendeu a nota suja e amassada para o vendedor, que imediatamente lhe serviu um lanche e agradeceu com a maior educação.

Quando o maltrapilho virou as costas e sumiu na escuridão das ruas, o vendedor me disse que toda semana ele aparecia ali com uma nota de cinqüenta. E completou dizendo: “Deve ser algum ex-empresário que pirou”. Aquela nota surrada de cinqüenta reais comprou a tolerância do homem da carrocinha, assim como um bom salário compra o respeito da síndica do prédio e do gerente do banco. É uma questão de “valores”. E buscar este tipo de aceitação por parte da sociedade é opção de cada um.

Podem me chamar de aluado, rebelde, alienado, doidão etc. Mas eu prefiro escutar um sincero “Vá pra puta que o pariu” a um hipócrita “Bom dia, doutor”. Prefiro as pessoas que não topam tudo por dinheiro, que não abrem as pernas diante de um pedaço de papel ou de um cartão de plástico reluzente. Vejo o dinheiro muito mais como um cachorro vira-latas do que como um vampiro assustador.

E se você não tem coragem de atear fogo em uma cédula de cinqüenta reais, tudo bem, mas experimente ao menos limpar a bunda com ela. Depois, basta passar uma aguinha antes de entregá-la ao moço da padaria. Ele aceitará a nota, mesmo que estranhe o perfume.



Zé McGill


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quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

MISTER DYNAMITE


“Senhoras e senhores, com vocês, o homem que trabalha mais duro no mundo do show business. O Padrinho do Soul. O Mister Dynamite”. Assim era anunciada a chegada ao palco de James Brown ao longo dos seus mais de 40 anos de carreira. E assim ele foi introduzido ao público naquela noite, no final do verão de 2006, em San Diego, Califórnia, para o meu delírio e das pouco mais de mil almas presentes ao galpão velho e tosco da 4th and B – tradicional casa de shows da cidade.

Algumas semanas antes, ainda no Rio, escrevi um e-mail para minha mãe, que morava em San Diego havia alguns anos, afim de planejar os detalhes da minha visita. Entre outras coisas, perguntei a ela se no período em que eu estivesse por lá haveria algum show que valesse a pena. Não criei muita expectativa porque, afinal de contas, a viagem não duraria mais de duas semanas. Mas, para minha surpresa, o e-mail de resposta dizia o seguinte: “Li que vai ter um show do James Brown aqui. Interessa?”. Era o mesmo que perguntar se o macaco queria banana.


Jamais me perdoei por nunca ter ido a um show do Tim Maia – o maior cantor brasileiro de todos os tempos. Mas se eu não havia visto o pai do funk brasileiro ao vivo, teria agora o alento de estar presente a um dos últimos shows do pai do funk original. Sly & The Family Stone, George Clinton, WAR, The Isley Brothers e The Meters são todos geniais, mas James Brown é como os Beatles – uma entidade. Ele é o número zero em qualquer lista dos dez ou cinquenta maiores nomes do gênero. Está acima de qualquer comparação.

Na porta da casa de shows, uma meia-dúzia de três ou quatro fanáticos religiosos perambulava no meio da galera segurando a Bíblia e rogando ao público que não adentrasse naquele ritual profano. Segundo estes patetas semi-albinos, o funk/soul era música do Satanás... Caguei pra eles e entrei na fila feliz da vida. Minha mãe decidiu na última hora que me faria companhia e estava ao meu lado na fila quando um segurança pediu a ela que abrisse a bolsa. Após a revista completa, típica da paranóia moderna norte-americana, entramos e fomos procurar o nosso lugar no salão.

O público era composto em sua maioria por negros de meia-idade. As mulheres exibiam roupas e adornos coloridos e papeavam animadas enquanto os homens formavam uma fila gigante em busca de cervejas e margueritas. Havia um agradável clima de nostalgia dos anos 70 no ar. A única coisa que me incomodava era o nosso lugar na platéia. Estava impresso no bilhete que deveríamos assistir ao show na parte lateral do galpão, do lado direito do palco, onde havia uma grande fileira improvisada de cadeiras de metal. Gelei com a idéia de ter que permanecer sentado ali sabendo que seria impossível ficar parado em um show do Soul Brother Número Um.

Mas bastaram a introdução ao microfone e os primeiros graves do baixo para que eu me levantasse e partisse para o meio da pista. Minha mãe não se importou em ficar sozinha e ainda me emprestou uma máquina digital vagabunda para que eu registrasse as imagens do baile. Tomei uma linha reta em direção à beira do palco e usei os cotovelos para abrir caminho no meio da massa. Finalmente fiquei frente-a-frente com a James Brown Band: três guitarristas, dois baixistas, dois bateristas, três na linha de metais, um percussionista, um tecladista, duas cantoras nos backing vocals e mais duas dançarinas boazudas, com os respectivos umbigos desnudos.

Quando o homem pisou no palco, cerca de quinze minutos depois da banda, senti um calafrio. Mr. Brown chegou envolto numa manta dourada, um canhão de luz iluminava seu rosto escalafobético de 73 anos de idade. Caminhou lentamente pelo tablado até se posicionar defronte ao microfone central. E então a ninfeta que o acompanhava soltou sua mão e retirou a manta de seus ombros. A cobra ia fumar.

Urrando como urra um porco ao ser assassinado no abatedouro, ele abriu a noite com “I Got You (I Feel Good)”. Logo percebi que o velho ainda esbanjava energia e sentia-se realmente bem. Os movimentos de dança já não eram os mesmos de outrora, mas o malabarismo com os pés e a clássica ajoelhada no meio do palco estavam garantidos. Lembrei de um amigo meu do Rio que, ao saber que eu assistiria a um show de James Brown, fez o seguinte comentário: “O cara é uma múmia... é capaz dele usar andador pra se locomover no palco”. Não tinha múmia nem andador. O cara não estava no auge da forma física, mas compensava tudo no entusiasmo e no gogó.

Em seguida foram enfileirados clássicos do groove como “Papa’s Got a Brand New Bag”, “Make it Funky” e “Cold Sweat”. No meio desta última, percebi que JB olhou para um dos baixistas e espalmou a mão direita por duas vezes. Aquele gesto sutil significava que o instrumentista havia escorregado no andamento em algum trecho da música e o erro lhe custaria duzentos dólares de “multa” ao final do show. Notei a tensão no rosto do baixista, que engoliu em seco mas continuou tocando.

Àquela altura eu já estava na terceira cerveja e com a camiseta encharcada de suor. É fato que nunca requebrei tanto em um show com meus ridículos passos de dança. E olha que vivo no Brasil, onde o samba, o forró e o frevo sacodem a carcaça da nação o ano inteiro. Mas ali constatei que nenhuma música no mundo é tão rica quanto a música negra norte-americana. Não bastassem o Blues, o Jazz, o Gospel, o Rap e a Disco, ali estava a nata do Funk e do Soul provando que os afro-americanos são os grandes mestres na arte de atingir a alma e os quadris humanos através da música.

Entre os personagens da banda de Brown, os que mais despertaram minha atenção foram os guitarristas. Com levadas simples e certeiras, eles exploravam os agudos com personalidade, ditando o ritmo do balanço. Qualquer sujeito com ouvido razoavelmente apurado dirá que o baixo é o carro-chefe do funk. E os graves sem dúvida são fundamentais, mas de vez em quando as guitarras roubam a cena, como meliantes elétricas. Os discos do Mister Dynamite são prova disso. Ouça, por exemplo, “In The Jungle Groove” (1986), uma coleção de pedradas do mestre que conta com a colaboração dos irmãos Bootsy e Catfish Collins, no baixo e na guitarra, respectivamente.

“Please, Please, Please” abriu o momento-mela-cueca do show e eu fui pegar outra cerveja. Na volta, passei por um jovem que se atracava aos beijos com duas colegiais louras ao mesmo tempo. O clima ali estava quente. E esquentou ainda mais quando a banda puxou “Sex Machine” e JB mandou a platéia rebolar seus “fazedores de dinheiro”. “Shake your money maker!”, ordenava o insano mestre de cerimônias enquanto se retirava do palco.

Chegou a hora do bis, e eu já começava a lamentar a ausência no set list de duas das minhas faixas favoritas - “The Payback” e “Say It Loud (I´m Black and I´m Proud)” – quando a banda lançou as primeiras notas de uma balada que eu até então havia escutado uma ou duas vezes sem prestar muita atenção: “It´s a Man’s Man’s Man’s World”. Aquela era a saideira e durou mais de dez minutos. Lembro de ficar chapado com o riff trastejante da guitarra, que criava o clima dramático da canção.

A letra dizia que o mundo é dos homens, mas que ele não valeria nada se nele não houvesse uma mulher ou uma garota. Emocionado e cantando muito, Brown emendou um discurso improvisado em que lamentava: “O homem fez a luz elétrica para nos tirar do escuro, mas também joga aviões sobre edifícios e fez a guerra no Iraque”. A casa veio abaixo e pela primeira vez na vida chorei em um show. As lágrimas não eram para Osama, e muito menos para George Bush, mas para aquele bandleader cabeçudo criado nos guetos da Georgia que eu nunca mais veria em ação novamente.

James Brown me fez querer ter nascido negro. Ele me fez lembrar de Pelé, Adílio, Michael Jordan, Mike Tyson, Muhammad Ali, Fela Kuti, Bob Marley, Jorge Ben, Mussum e tantos outros gênios negros que são referências em minha vida. Mas o tom de despedida daquele último número foi demais pra mim, sem frescura. Chorei mesmo, de satisfação, e choraria de novo.

Na saída, reencontrei minha mãe, mas não consegui emitir sequer um comentário. Eu estava mudo e assim permaneci pelos quinze minutos seguintes. Entrei no carro ainda atordoado e fiquei contando as luzes do Freeway no caminho de casa. Eu nem sabia, mas aquele show, carregado de sentimento, energia e estilo foi um dos últimos da vida de James Brown. Ele morreria três meses depois, vítima de uma pneumonia.


Zé McGill



PS 1 - Recomendo dois vídeos imperdíveis de James Brown no Youtube:
O primeiro é uma apresentação de “It’s a Man’s Man’s Man’s World”, em 1966 (http://www.youtube.com/watch?v=PgVLCzt81dw). O segundo é de mijar de rir. JB bêbado é entrevistado ao vivo na TV após se livrar de mais uma prisão por disparar vários tiros contra o carro em movimento de sua ex-mulher. (http://www.youtube.com/watch?v=9tfNhL_R_rI)

PS 2 – Se você mora no Rio de Janeiro e quer curtir uma festa com muito James Brown e outros monstros do funk, não pode deixar de ir a uma edição da Soul, Baby, Soul, que neste verão fica sediada no Cine Lapa (Av. Mem de Sá, 23, Lapa -
http://matrizonline.oi.com.br/cinelapa).

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

ABRAM ALAS PARA O BLOCO FODA-SE


Não adianta. Eu não nasci pro Carnaval. Eram cinco horas da tarde da segunda-feira festiva e eu estava tentando tirar um humilde cochilo quando o barulho começou. Batucada, apitos e gritos de uhuuuuu invadiram a minha rua. Ainda fechei a janela e aumentei o som da TV, que rolava baixinho para ajudar a engrenar no sono. Tudo em vão. Minha soneca diurna estava condenada ao fracasso.

Qualquer bloquinho de fundo de quintal hoje em dia vem equipado de um sistema de som digno de trio elétrico baiano. E este não era diferente. Os alto-falantes no talo faziam reverberar por todo bairro aquela fanfarronice tupiniquim: “É hoje o dia da alegria e a tristeza nem pode pensar em chegar”. Atenção: a tristeza nem pode pensar em chegar. Se você está na merda, se a sua mulher te deu um bico na bunda ou se a vida acaba de te dar uma porrada, fodeu. Nem chegue perto. Vade retro.

É isso aí. A alegria do Carnaval é implacável. Portanto, é melhor se enquadrar, andar na linha, seguir o bloco e dançar conforme a música. Não é permitido curtir uma fossa. Não pode nem ficar parado. Todo mundo pulando! Todo mundo gritando! Todo mundo mijando na calçada! Todo mundo de olho no rabo da mulher alheia! Geral sambando, vamos lá que a vida é uma só.

E a música continuava... “Diga espelho meu se há na avenida alguém mais feliz que eu”. Pois é. O Carnaval chegou e no pacote veio essa alegria devastadora, ninguém sabe o porquê, mas não interessa, ninguém é mais feliz que eu nessa avenida. Bim-bá! Bim-bá! E a vadiagem seguia a mil por hora debaixo da minha janela. Preferi nem aparecer para não correr o risco de ser vaiado com aquela cara de sono.

Nunca entendi a alegria alienada do folião. Até porque, alegria não se planeja. Ninguém me convence de que é possível agendar uma data e gozar a vida conforme o calendário. A felicidade é sutil e chega sem a gente perceber. Quando nos damos conta, ela já está embrenhada nas entranhas. E muitas vezes só realizamos que ela esteve aqui depois que ela já foi embora.

A gasolina da euforia carnavalesca deve ser mesmo o samba. Veja por exemplo a letra de um samba que fez muito sucesso num Carnaval dos anos 80. O refrão era mais ou menos assim: “Lebaraô-ô-ô-ô-ô-É-bolê-bará-laiá-laiá-ô...”. Lembra disso? Genial. Poesia pura. E a Marquês de Sapucaí ia ao delírio. A letra deve ter sido bolada em algum buraco quente de macumba porque ninguém resistia, todo mundo cantava. Lebaraô. Esse é o Brasil.

Ninguém quer saber do Cartola no Carnaval. Ele que, com seu nariz impregnado de piche, cantava aqueles sambas bonitos do tipo “O Mundo é um Moinho” – composto em homenagem à sua filha - que era puta. Cadê o Cartola? O cara é o maior gênio do samba mas nunca vi um bloco que tocasse uma música sua no Carnaval. Se você souber de algum bloco que embale um samba do Cartola, me avise que eu vou lá. Vou porra nenhuma, mas enfim.

O negócio é inovar. Vem aí o Bloco Foda-se. Sai na quarta-feira de cinzas, se chover, e a trilha sonora é a seguinte: Joy Division, The Cure, Leonard Cohen, Portishead, Lupicínio Rodrigues, Maysa e Dolores Duran. Quem sabe rola também “Me Dê Motivo”, do Tim Maia, e “Death of a Party”, do Blur. Esse bloco sim, já vem arquitetado para o DEZ, NOTA DEZ, no quesito harmonia. Nosso enredo será a melancolia. Todo mundo vestido de preto! Todo mundo com cara de deprimido! Todo mundo pálido! Geral na merda.

Então é isso. A gente se vê na quarta-feira de cinzas. A concentração do Bloco Foda-se é na Quinta da Boa Vista, em frente ao portão principal do Zoológico. Ao invés de Engov e Sonrisal, vai ter distribuição gratuita de Prozac pra todo mundo. Vamos todos celebrar a culpa e o pessimismo. Sem medo e sem preconceito. Depois, tudo volta ao normal. Afinal, o ano só começa depois do Carnaval.

Bim-bá, bim-bá!

*(Fiz uma música em homenagem ao Carnaval, quando eu cantava numa banda chamada SereS. Quem quiser, pode escutar aqui: http://tramavirtual.uol.com.br/artista.jsp?id=8658 . Clique na música "No Carnaval".)

Zé McGill