Fiquei sabendo que o próximo dia 28/03 será celebrado em várias cidades de todo o mundo como o Dia Internacional do Apagão. Parece que a idéia é que as pessoas desliguem as luzes de suas casas durante uma hora em nome da conservação da energia elétrica e preservação da natureza. Toda essa comoção me incentivou a lançar aqui, na Revista Foda-se, o primeiro Dia Internacional do Foda-se..
Isso mesmo, o Dia do Foda-se. E a data está marcada para 23 de março, uma segunda-feira (há dia que mereça mais um belo foda-se do que a segunda-feira?), e você está convidado a participar. A idéia é que todos abram as janelas de casa, do carro ou do trabalho, às 19:00hs (horário de Brasília), e gritem um "foda-se" bem bonito, com ardor. Para quem não puder gritar (os mudos também têm direito ao foda-se), fica liberado o foda-se silencioso, em pensamento. Imagine que coisa maravilhosa será o foda-se ecoando pelos quatro cantos do mundo: do Rio de Janeiro a Galdinópolis, de Barcelona a Lisboa, da Califórnia a Marrakesh, de Dudinka a Vladivostock!
Quem estiver caminhando na rua, melhor ainda: olhe para o céu, erga suas mãos bem alto e grite o seu “foda-se” para o mundo. Foda-se para os problemas da vida. Foda-se a crise econômica mundial. Foda-se Brasília. Foda-se o choque de ordem. Foda-se o Cuca, técnico do Flamengo, que não coloca o Jônatas para jogar. Foda-se aquela(e) ex-namorada(o) que te trocou por outro(a). Foda-se quem não gosta de massagem nos pés. Foda-se quem nunca contou uma mentira. E foda-se a Academia Brasileira de Letras, que não reconhece a beleza e o caráter libertário da expressão “foda-se”.
Há tanta mágica num foda-se! Eu, por exemplo, gosto de um foda-se com ponto de exclamação, mas prefiro os foda-ses com reticências, dormentes, indiferentes. Quando a situação exige agressividade, exclamação nele, muito bem. Mas ainda mais gostoso é proferir o foda-se com desdém, como resposta ao invés de imperativo: quando a professora reclama que você não fez o dever de casa, quando o chefe critica o seu trabalho, quando o William Bonner dá boa noite no Jornal Nacional...
Tomei o cuidado de pesquisar sobre a história do dia 23 de março no Wikipedia e não há nada que impeça o nosso empreendimento, pelo contrário. Que me perdoem Akira Kurosawa (o cineasta nipônico), Damon Albarn (vocalista do Blur) e Isaac Chansa (futebolista zambiano). Todos eles nasceram na data adotada. Em compensação, foi num dia 23/03 que o parlamento alemão concedeu plenos poderes ao governo de Hitler, Mussolini fundou seu movimento político fascista e JFK ampliou restrições comerciais contra Cuba. O foda-se vai cair feito uma vulva no calendário internacional!
Aliás, mate aula, falte ao trabalho, invente desculpas cretinas nesta segunda-feira. Diga que precisa levar sua avó à musculação, alegue suspeita sobre uma crescente epidemia de Febre Escarlate no condomínio, declare luto pela morte do Clodovil. O Dia Internacional do Foda-se será dia de alegria. Nosso foda-se ressoará isento de amarguras. Será, antes de tudo, a celebração original do próprio foda-se, esta arma de grosso calibre, dona de alcance superior ao de ogivas nucleares no que se refere à destruição de tudo aquilo que não presta. Portanto, no dia 23, prepare a sua espingarda do foda-se. Lustre-a com flanela, verifique a munição e aponte o cano na direção do seu alvo.
E que fique claro: não há na criação do Dia Internacional do Foda-se nenhum tipo de resposta ironizada ao Dia do Apagão. Nós até apoiamos a iniciativa. Mas o problema da preservação da energia e da natureza só começará a ser solucionado quando as questões do culto ao dinheiro e do avanço desenfreado da tecnologia em prol da ganância forem tratados com a atenção que merecem. A mobilização pelo Dia do Apagão serviu apenas como inspiração.
Se você – oh, leitor macambúzio! – nasceu no dia 23 de março e ficou ofendido com a data escolhida para o DIF, sinta-se livre para inventar o Dia Internacional do Corroda-se, ou do Saxofoda-se! Pode até ser na data do meu aniversário (27 de setembro). Mas se o Dia Internacional do Foda-se caísse na data do meu aniversário, eu me sentiria um privilegiado! Ah, só mais uma coisa... Caso ninguém se mobilize e grite o foda-se na janela, às 19:00hs desta segunda-feira, foda-se...
Isso mesmo, o Dia do Foda-se. E a data está marcada para 23 de março, uma segunda-feira (há dia que mereça mais um belo foda-se do que a segunda-feira?), e você está convidado a participar. A idéia é que todos abram as janelas de casa, do carro ou do trabalho, às 19:00hs (horário de Brasília), e gritem um "foda-se" bem bonito, com ardor. Para quem não puder gritar (os mudos também têm direito ao foda-se), fica liberado o foda-se silencioso, em pensamento. Imagine que coisa maravilhosa será o foda-se ecoando pelos quatro cantos do mundo: do Rio de Janeiro a Galdinópolis, de Barcelona a Lisboa, da Califórnia a Marrakesh, de Dudinka a Vladivostock!
Quem estiver caminhando na rua, melhor ainda: olhe para o céu, erga suas mãos bem alto e grite o seu “foda-se” para o mundo. Foda-se para os problemas da vida. Foda-se a crise econômica mundial. Foda-se Brasília. Foda-se o choque de ordem. Foda-se o Cuca, técnico do Flamengo, que não coloca o Jônatas para jogar. Foda-se aquela(e) ex-namorada(o) que te trocou por outro(a). Foda-se quem não gosta de massagem nos pés. Foda-se quem nunca contou uma mentira. E foda-se a Academia Brasileira de Letras, que não reconhece a beleza e o caráter libertário da expressão “foda-se”.
Há tanta mágica num foda-se! Eu, por exemplo, gosto de um foda-se com ponto de exclamação, mas prefiro os foda-ses com reticências, dormentes, indiferentes. Quando a situação exige agressividade, exclamação nele, muito bem. Mas ainda mais gostoso é proferir o foda-se com desdém, como resposta ao invés de imperativo: quando a professora reclama que você não fez o dever de casa, quando o chefe critica o seu trabalho, quando o William Bonner dá boa noite no Jornal Nacional...
Tomei o cuidado de pesquisar sobre a história do dia 23 de março no Wikipedia e não há nada que impeça o nosso empreendimento, pelo contrário. Que me perdoem Akira Kurosawa (o cineasta nipônico), Damon Albarn (vocalista do Blur) e Isaac Chansa (futebolista zambiano). Todos eles nasceram na data adotada. Em compensação, foi num dia 23/03 que o parlamento alemão concedeu plenos poderes ao governo de Hitler, Mussolini fundou seu movimento político fascista e JFK ampliou restrições comerciais contra Cuba. O foda-se vai cair feito uma vulva no calendário internacional!
Aliás, mate aula, falte ao trabalho, invente desculpas cretinas nesta segunda-feira. Diga que precisa levar sua avó à musculação, alegue suspeita sobre uma crescente epidemia de Febre Escarlate no condomínio, declare luto pela morte do Clodovil. O Dia Internacional do Foda-se será dia de alegria. Nosso foda-se ressoará isento de amarguras. Será, antes de tudo, a celebração original do próprio foda-se, esta arma de grosso calibre, dona de alcance superior ao de ogivas nucleares no que se refere à destruição de tudo aquilo que não presta. Portanto, no dia 23, prepare a sua espingarda do foda-se. Lustre-a com flanela, verifique a munição e aponte o cano na direção do seu alvo.
E que fique claro: não há na criação do Dia Internacional do Foda-se nenhum tipo de resposta ironizada ao Dia do Apagão. Nós até apoiamos a iniciativa. Mas o problema da preservação da energia e da natureza só começará a ser solucionado quando as questões do culto ao dinheiro e do avanço desenfreado da tecnologia em prol da ganância forem tratados com a atenção que merecem. A mobilização pelo Dia do Apagão serviu apenas como inspiração.
Se você – oh, leitor macambúzio! – nasceu no dia 23 de março e ficou ofendido com a data escolhida para o DIF, sinta-se livre para inventar o Dia Internacional do Corroda-se, ou do Saxofoda-se! Pode até ser na data do meu aniversário (27 de setembro). Mas se o Dia Internacional do Foda-se caísse na data do meu aniversário, eu me sentiria um privilegiado! Ah, só mais uma coisa... Caso ninguém se mobilize e grite o foda-se na janela, às 19:00hs desta segunda-feira, foda-se...
Zé McGill
* Aqui um vídeo da música Ndéleng Ndéleng, da espetaculosa Orchestra Baobab, de Senegal. Boa pedida para trilha sonora do Dia Internacional do Foda-se. A música estará no set do próximo PROGRAMA MAKULA, que vai ao ar toda quinta-feira na Rádio Gruta (www.radiogruta.com), às 15h, e é apresentado pelos DJs da Festa Makula: Zé McGill (Revista Foda-se), Lucio Branco (Soul, Baby, Soul!) e Gustavo Benjão (Do Amor)
9 comentários:
Todo dia é dia de foda-se...
Mas apóio a iniciativa!
Um abraço,
ANÃO MISTERIOSO
também apóia 100% a iniciativa !
mas,
FODA-SE !!
né ..
porra... passou... então foda-se o dia do foda-se!
Adorei a idéia!
Pena q já passou o dia 23.
Mas hj ainda tá valendo o apagão!
Toda quinta passa o programa da Makula na Radio Gruta?
Beijos, Piti!
Eu boicotei o apagão idiota de ontem. Mas no dia 23 eu pensei bem alto: FODA-SE!!!
A gente deveria criar a revista Foda-se Al Babil
Como vc fez pra postar esse video do youtube assim?
É por link ou adicionar video?
Me explica, tbm quero!
Bjs.
Esse dia é muito particular, cada um sabe quando o copo transborda. Meu Dia do Foda-se está chegando, e o aguardo ansiosamente!
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