Semana passada fui convidado pelo pessoal do site Gafieiras para escrever uma coluna chamada CincoPrauma, na qual são sugeridas cinco músicas de artistas brasileiros – uma música para cada dia da semana. Gostei da idéia e me empolguei. Tanto, que resolvi colocar aqui na Foda-se outro texto sobre música logo em seguida ao texto do Radiohead, quebrando o costume de intercalar textos sobre música com textos sobre assuntos diversos. É isso aí... foda-se. Aqui não tem regra.
Quando recebi o convite do Gafieiras, fiquei matutando sobre quais músicas escolheria. Eu poderia ter listado músicas de gente estabelecida, gênios como Moacir Santos, Chico Buarque, Tim Maia, Mutantes e Jorge Ben, mas optei por cinco das minhas músicas favoritas de bandas independentes nacionais e atuais. Portanto, aqui estão, não cinco, mas dez das minhas músicas prediletas dessa gente que rala a bunda no asfalto e dificilmente consegue viver de música. Limpe os ouvidos, clique nos links e perceba que tem muita gente fazendo som do bom por essas bandas.
1. Samba Dia
Quem: Gabriel Muzak
Disco: Bossa Nômade
Gravadora/ano: Independente/2003
Ouve isso: http://www.myspace.com/gabrielmuzak
Alguns conhecem o guitarrista e compositor Gabriel Muzak da finada banda The Funk Fuckers. Outros, mais ligados na cena contemporânea do rock nacional, o identificam como front man do grupo carioca Rockz. Mas o trabalho mais legal do Muzak é o seu primeiro álbum solo, Bossa Nômade. Samba Dia é a terceira faixa e sintetiza bem a onda do disco. O baixo esmagador e cheio de efeitos de Guila (Lenine) e a bateria malemolente de Lourenço Monteiro (Marcelo D2) seguem o clima diurno e dilacerado da letra, que avisa: “Seus limites, só você poderá descobrir”. Muzak é daqueles guitarristas que imprimem sua personalidade no instrumento. Daqueles que você escuta uma vez e depois reconhece o estilo em poucos segundos na próxima audição.
2. Pode me Chamar
Quem: Eddie
Disco: Original Olinda Style
Gravadora/ano: Independente/2002
Ouve isso: http://www.myspace.com/bandaeddie
“Você vai cair na festa”, é o que vaticina o refrão de Pode me Chamar, quarta faixa do segundo álbum da banda Eddie, uma das fundadoras do movimento mangue beat que surgiu em Pernambuco no início dos anos noventa. Essa dá vontade de abrir uma cerveja. Tem cheiro de reggae, gosto de frevo e parece maloqueiragem mas é uma singela e quase inocente celebração do mais genuíno alto-astral. É Original Olinda Style dos backing vocals das meninas do Comadre Fulozinha à programação sagaz da batida eletrônica.
3. Meu Capuccino
Quem: Canastra
Disco: Traz a Pessoa Amada em 3 Dias
Gravadora/ano: Monstro Discos/2006
Ouve e olha isso: http://www.youtube.com/watch?v=j4ItDoNSlZ0
Essa música do Canastra me lembra muito o som de um grupo da Carolina do Norte (EUA) chamado Squirrel Nut Zippers, que, se você ainda não conhece, está papando mosca. Assim como os gringos do SNZ, o Canastra (RJ) resgata um clima de cabaré que andava meio sumido. Em Meu Capuccino, faixa do primeiro disco deles, Renato Martins (ex-Acabou La Tequila) canta sobre a solidão e diz que o seu melhor amigo é o capuccino. Mas a banda, que atualmente conta com Rodrigo Barba (Los Hermanos) na bateria, não deixa a tristeza chegar. Ela, aliás, passa longe, graças à linha de metais animada e a levada no estilo das big bands de jazz de New Orleans.
4. O Pinto de Peitos
Quem: Cidadão Instigado
Disco: Cidadão Instigado e o Método Túfo de Experiências
Gravadora/ano: Slag Records/2005
Ouve isso: http://www.myspace.com/cidadaoinstigado
“Certas coisa acontecem na vida não para assustar / Mas sim, para mudar o entendimento sobre as coisas absolutas”. Uma dessas “coisas” só pode ser o Cidadão Instigado, banda cearense atualmente instalada em São Paulo e liderada pelo guitarrista e compositor Fernando Catatau. O Pinto de Peitos serve de trilha sonora tanto para uma viagem de ácido quanto para uma festinha de crianças no playground. Aqui, a música nordestina encontra o rock quase progressivo numa encruzilhada que leva o ouvinte aos terrenos psicodélicos de Zé Ramalho, Mutantes, Pink Floyd e Balão Mágico. Esta é maravilhosamente escalafobética. E gruda na cabeça.
5. Casal de Velhos
Quem: Lasciva Lula
Disco: 1ª Edição
Gravadora/ano: Independente/2002
Ouve isso (no link do disco na Last FM): http://www.myspace.com/lascivalula
Das dez músicas aqui sugeridas, esta é a mais rock. Aumente o volume e atente para a raiva ululante das guitarras e do vocal-cospe-sangue à la Black Francis (Pixies) no refrão. O Lasciva Lula nasceu em Cabo Frio, interior do estado do Rio, no final dos anos 1990. Pouco depois, mudou-se para a capital, onde, em poucos anos conquistou uma pequena massa de fãs ardorosos e fiéis. Os shows eram sempre lotados e a cidade ficava cheia de gente vestida com a camisa da bicicletinha, que era o símbolo da banda. Pena que eles não serão uma banda de velhos. Penduraram as guitarras no final do ano passado.
6. Para Abrir os Olhos
Quem: Vanguart
Disco: Vanguart
Gravadora/ano: Independente/2007
Ouve isso: http://www.myspace.com/vanguart
Já vi acusarem o Vanguart de pretensioso e tacharem o quinteto matogrossense de “nova Legião Urbana” etc. Tudo babaquice. O fato é que eles são uma das bandas mais legais a emergir da areia movediça do rock underground brasileiro nos últimos anos. Não é todo dia que sai de Cuiabá uma banda de folk rock influenciada por Bob Dylan e que sabe fazer belas canções pop com letras que não têm medo de soar cafona. Para Abrir os Olhos tem clima de madrugada e termina com o voz doce de Helio Flanders anunciando a chegada da manhã. Talvez por isso tenha sido escolhida para fechar o disco. Destaque para o solo de guitarra.
7. Preciso Ser Pedra
Quem: MoMo
Disco: Buscador
Gravadora/ano: Dubas/2008
Ouve isso: http://www.myspace.com/momoproject
Apesar do meu daltonismo, acredito que toda música tem uma cor. Preciso Ser Pedra, por exemplo, é cinza. Cinza de dia nublado, cinza da melancolia, cinza do exorcismo dos azedumes da vida. “Vaaai minha tristeza”, urra o MoMo no refrão como se abrisse a janela do quarto à procura do sol. Slides de guitarra, teclado Casiotone entorpecente e uma batida letárgica que, somados à candidez da interpretação do cantor, constroem um ambiente de cena em slow motion. A formosura desta canção está em algum lugar no meio do caminho entre Long, long, long, dos Beatles, e Heart Shaped Box, do Nirvana.
8. Pepeu Baixou em Mim
Quem: Do Amor
Disco: Live at Hanoi Studio
Gravadora/ano: Independente/2007
Ouve isso: http://www.myspace.com/doamor
Do Amor é o novo barato de três dos integrantes da Carne de Segunda, falecida banda carioca que fazia um som nada ordinário, ao mesmo tempo parecido com os Novos Baianos e aquelas bandas de surf music das antigas tipo The Ventures e The Shadows. A sonoridade da nova banda está mais para Novos Baianos, o que fica atestado nesta espécie de tributo desleixado ao Pepeu Gomes. Desleixo, aliás, é o que cativa no som deles. Os caras fazem questão de não se levarem a sério, mas não se engane: aqui estão alguns dos músicos mais requisitados do pedaço. O baixista e o baterista são da banda do Caetano Veloso e o guitarrista era baixista do Los Hermanos.
9. Felicidade
Quem: SereS
Disco: SereS
Gravadora/ano: Independente/2005
Ouve isso: http://www.myspace.com/bandaseres
Chegou a hora do jabá, porra! A banda SereS é cria do editor da Revista Foda-se. Foi formada em 2000 e tocou em quase todos os buracos quentes do Rio de Janeiro antes de encher o saco e anunciar para quase ninguém que faria uma pausa por tempo indeterminado em 2007. Segue um pequeno trecho de uma entrevista que nunca aconteceu, do Zé McGill para a revista Rolling Stone: “SereS é um palíndromo. Coisa fina. Felicidade é a nona faixa do nosso disco e a minha favorita. Tem participações de B Negão e Pedrão Selector (trompete). A letra é inspirada nas letras do Cartola e a levada é meio caribenha. O refrão lembra mutantes, eu acho.”
10. Alto e Distante Daqui
Quem: Ultramen
Disco: O Incrível Caso da Música que Encolheu e Outras Histórias
Gravadora/ano: Sum Records/2002
Ouve e olha isso: http://www.youtube.com/watch?v=-NLh4SqdSe0
Pra fechar, um funk clássico do Ultramen – o septeto gaúcho que infelizmente se aposentou em 2008 após dezesseis anos de estrada e quatro álbuns que ficarão marcados nos anais do circuito de bandas independentes deste Brasil varonil. Como em todo funk clássico, aqui o groove é ditado pela linha de baixo, pela batida suingada e pelas convenções rítmicas. E encontra sua alma no vocal de Tonho Crocco. Tim Maia ficaria todo metido e orgulhoso se escutasse o couro de “Eu quero voaaaar sem avião”.
Zé McGill
Quando recebi o convite do Gafieiras, fiquei matutando sobre quais músicas escolheria. Eu poderia ter listado músicas de gente estabelecida, gênios como Moacir Santos, Chico Buarque, Tim Maia, Mutantes e Jorge Ben, mas optei por cinco das minhas músicas favoritas de bandas independentes nacionais e atuais. Portanto, aqui estão, não cinco, mas dez das minhas músicas prediletas dessa gente que rala a bunda no asfalto e dificilmente consegue viver de música. Limpe os ouvidos, clique nos links e perceba que tem muita gente fazendo som do bom por essas bandas.
1. Samba Dia
Quem: Gabriel Muzak
Disco: Bossa Nômade
Gravadora/ano: Independente/2003
Ouve isso: http://www.myspace.com/gabrielmuzak
Alguns conhecem o guitarrista e compositor Gabriel Muzak da finada banda The Funk Fuckers. Outros, mais ligados na cena contemporânea do rock nacional, o identificam como front man do grupo carioca Rockz. Mas o trabalho mais legal do Muzak é o seu primeiro álbum solo, Bossa Nômade. Samba Dia é a terceira faixa e sintetiza bem a onda do disco. O baixo esmagador e cheio de efeitos de Guila (Lenine) e a bateria malemolente de Lourenço Monteiro (Marcelo D2) seguem o clima diurno e dilacerado da letra, que avisa: “Seus limites, só você poderá descobrir”. Muzak é daqueles guitarristas que imprimem sua personalidade no instrumento. Daqueles que você escuta uma vez e depois reconhece o estilo em poucos segundos na próxima audição.
2. Pode me Chamar
Quem: Eddie
Disco: Original Olinda Style
Gravadora/ano: Independente/2002
Ouve isso: http://www.myspace.com/bandaeddie
“Você vai cair na festa”, é o que vaticina o refrão de Pode me Chamar, quarta faixa do segundo álbum da banda Eddie, uma das fundadoras do movimento mangue beat que surgiu em Pernambuco no início dos anos noventa. Essa dá vontade de abrir uma cerveja. Tem cheiro de reggae, gosto de frevo e parece maloqueiragem mas é uma singela e quase inocente celebração do mais genuíno alto-astral. É Original Olinda Style dos backing vocals das meninas do Comadre Fulozinha à programação sagaz da batida eletrônica.
3. Meu Capuccino
Quem: Canastra
Disco: Traz a Pessoa Amada em 3 Dias
Gravadora/ano: Monstro Discos/2006
Ouve e olha isso: http://www.youtube.com/watch?v=j4ItDoNSlZ0
Essa música do Canastra me lembra muito o som de um grupo da Carolina do Norte (EUA) chamado Squirrel Nut Zippers, que, se você ainda não conhece, está papando mosca. Assim como os gringos do SNZ, o Canastra (RJ) resgata um clima de cabaré que andava meio sumido. Em Meu Capuccino, faixa do primeiro disco deles, Renato Martins (ex-Acabou La Tequila) canta sobre a solidão e diz que o seu melhor amigo é o capuccino. Mas a banda, que atualmente conta com Rodrigo Barba (Los Hermanos) na bateria, não deixa a tristeza chegar. Ela, aliás, passa longe, graças à linha de metais animada e a levada no estilo das big bands de jazz de New Orleans.
4. O Pinto de Peitos
Quem: Cidadão Instigado
Disco: Cidadão Instigado e o Método Túfo de Experiências
Gravadora/ano: Slag Records/2005
Ouve isso: http://www.myspace.com/cidadaoinstigado
“Certas coisa acontecem na vida não para assustar / Mas sim, para mudar o entendimento sobre as coisas absolutas”. Uma dessas “coisas” só pode ser o Cidadão Instigado, banda cearense atualmente instalada em São Paulo e liderada pelo guitarrista e compositor Fernando Catatau. O Pinto de Peitos serve de trilha sonora tanto para uma viagem de ácido quanto para uma festinha de crianças no playground. Aqui, a música nordestina encontra o rock quase progressivo numa encruzilhada que leva o ouvinte aos terrenos psicodélicos de Zé Ramalho, Mutantes, Pink Floyd e Balão Mágico. Esta é maravilhosamente escalafobética. E gruda na cabeça.
5. Casal de Velhos
Quem: Lasciva Lula
Disco: 1ª Edição
Gravadora/ano: Independente/2002
Ouve isso (no link do disco na Last FM): http://www.myspace.com/lascivalula
Das dez músicas aqui sugeridas, esta é a mais rock. Aumente o volume e atente para a raiva ululante das guitarras e do vocal-cospe-sangue à la Black Francis (Pixies) no refrão. O Lasciva Lula nasceu em Cabo Frio, interior do estado do Rio, no final dos anos 1990. Pouco depois, mudou-se para a capital, onde, em poucos anos conquistou uma pequena massa de fãs ardorosos e fiéis. Os shows eram sempre lotados e a cidade ficava cheia de gente vestida com a camisa da bicicletinha, que era o símbolo da banda. Pena que eles não serão uma banda de velhos. Penduraram as guitarras no final do ano passado.
6. Para Abrir os Olhos
Quem: Vanguart
Disco: Vanguart
Gravadora/ano: Independente/2007
Ouve isso: http://www.myspace.com/vanguart
Já vi acusarem o Vanguart de pretensioso e tacharem o quinteto matogrossense de “nova Legião Urbana” etc. Tudo babaquice. O fato é que eles são uma das bandas mais legais a emergir da areia movediça do rock underground brasileiro nos últimos anos. Não é todo dia que sai de Cuiabá uma banda de folk rock influenciada por Bob Dylan e que sabe fazer belas canções pop com letras que não têm medo de soar cafona. Para Abrir os Olhos tem clima de madrugada e termina com o voz doce de Helio Flanders anunciando a chegada da manhã. Talvez por isso tenha sido escolhida para fechar o disco. Destaque para o solo de guitarra.
7. Preciso Ser Pedra
Quem: MoMo
Disco: Buscador
Gravadora/ano: Dubas/2008
Ouve isso: http://www.myspace.com/momoproject
Apesar do meu daltonismo, acredito que toda música tem uma cor. Preciso Ser Pedra, por exemplo, é cinza. Cinza de dia nublado, cinza da melancolia, cinza do exorcismo dos azedumes da vida. “Vaaai minha tristeza”, urra o MoMo no refrão como se abrisse a janela do quarto à procura do sol. Slides de guitarra, teclado Casiotone entorpecente e uma batida letárgica que, somados à candidez da interpretação do cantor, constroem um ambiente de cena em slow motion. A formosura desta canção está em algum lugar no meio do caminho entre Long, long, long, dos Beatles, e Heart Shaped Box, do Nirvana.
8. Pepeu Baixou em Mim
Quem: Do Amor
Disco: Live at Hanoi Studio
Gravadora/ano: Independente/2007
Ouve isso: http://www.myspace.com/doamor
Do Amor é o novo barato de três dos integrantes da Carne de Segunda, falecida banda carioca que fazia um som nada ordinário, ao mesmo tempo parecido com os Novos Baianos e aquelas bandas de surf music das antigas tipo The Ventures e The Shadows. A sonoridade da nova banda está mais para Novos Baianos, o que fica atestado nesta espécie de tributo desleixado ao Pepeu Gomes. Desleixo, aliás, é o que cativa no som deles. Os caras fazem questão de não se levarem a sério, mas não se engane: aqui estão alguns dos músicos mais requisitados do pedaço. O baixista e o baterista são da banda do Caetano Veloso e o guitarrista era baixista do Los Hermanos.
9. Felicidade
Quem: SereS
Disco: SereS
Gravadora/ano: Independente/2005
Ouve isso: http://www.myspace.com/bandaseres
Chegou a hora do jabá, porra! A banda SereS é cria do editor da Revista Foda-se. Foi formada em 2000 e tocou em quase todos os buracos quentes do Rio de Janeiro antes de encher o saco e anunciar para quase ninguém que faria uma pausa por tempo indeterminado em 2007. Segue um pequeno trecho de uma entrevista que nunca aconteceu, do Zé McGill para a revista Rolling Stone: “SereS é um palíndromo. Coisa fina. Felicidade é a nona faixa do nosso disco e a minha favorita. Tem participações de B Negão e Pedrão Selector (trompete). A letra é inspirada nas letras do Cartola e a levada é meio caribenha. O refrão lembra mutantes, eu acho.”
10. Alto e Distante Daqui
Quem: Ultramen
Disco: O Incrível Caso da Música que Encolheu e Outras Histórias
Gravadora/ano: Sum Records/2002
Ouve e olha isso: http://www.youtube.com/watch?v=-NLh4SqdSe0
Pra fechar, um funk clássico do Ultramen – o septeto gaúcho que infelizmente se aposentou em 2008 após dezesseis anos de estrada e quatro álbuns que ficarão marcados nos anais do circuito de bandas independentes deste Brasil varonil. Como em todo funk clássico, aqui o groove é ditado pela linha de baixo, pela batida suingada e pelas convenções rítmicas. E encontra sua alma no vocal de Tonho Crocco. Tim Maia ficaria todo metido e orgulhoso se escutasse o couro de “Eu quero voaaaar sem avião”.
Zé McGill
* Aqui o link para a coluna CincoPrauma no site Gafieiras: http://www.gafieiras.com.br/Display.php?Area=Colunas&SubArea=Colunas&ID=251&IDEscritor=136&css=1